Quiet quitting

Quiet quitting: como lidar com a desmotivação no trabalho

De acordo com o estudo “State of Global Workplace” da Gallup, quase 60% dos trabalhadores estão no modo “quiet quitting, uma tendência silenciosa contra a cultura do trabalho excessivo cada vez mais evidente nos ambientes de trabalho.

 A mesma pesquisa indicou que cerca de 71% dos profissionais estão desengajados em seus empregos atuais. Fatores como a pressão por resultados, longas horas de trabalho e a falta de reconhecimento contribuem para essa realidade preocupante. 

Mas o que exatamente é o quiet quitting, quais são suas causas e como as empresas podem reverter a tendência? Entenda neste post!

O que é quiet quitting?

O “quiet quitting“, também conhecido como “saída silenciosa”, é o processo pelo qual os funcionários se desconectam emocionalmente de seus empregos sem comunicar explicitamente sua intenção de sair. O cenário se manifesta por meio da presença física no trabalho, porém, com uma queda gradual no comprometimento, na motivação e na produtividade.

Na prática, esses profissionais cumprem apenas as tarefas atribuídas, sem demonstrar iniciativa extra, além de evitar responsabilidades adicionais e reduzir o tempo gasto no ambiente de trabalho.

Quando a empresa não identifica e não trabalha o cenário, ele afeta negativamente o ambiente de trabalho, a colaboração entre equipes, o desempenho e a eficácia da organização.

Exemplos de quiet quitting

O movimento quiet quitting acontece de diversas formas no ambiente de trabalho, desde uma sutil mudança de atitude até uma completa falta de engajamento. Aqui estão alguns exemplos para ajudar a identificar esse fenômeno em sua empresa:

1. Comprometimento morno

  • Cumprimento rigoroso do horário de trabalho e recusa a ficar além do expediente, mesmo quando prazos se aproximam.
  • Limitação estrita às tarefas designadas e evitar assumir responsabilidades extras ou ajudar colegas.
  • Participação em reuniões sem contribuir ativamente nas discussões ou apresentar soluções para problemas.

2. Desligamento gradual

  • Perda de entusiasmo e motivação, com pouca iniciativa e energia para realizar as atividades.
  • Aumento da procrastinação e lentidão na execução das tarefas.
  • Diminuição da qualidade do trabalho, com entregas que cumprem o básico, mas sem um bom nível de atenção e cuidado.

3. Desconexão emocional

  • Limitação da comunicação com colegas fora do horário de trabalho e ausência em eventos sociais da empresa.
  • Comportamento neutro e formal nas interações, sem demonstrações de entusiasmo ou engajamento com a empresa.
  • Perda de interesse em notícias ou atualizações sobre a empresa e seus projetos.

4. Desligamento das ferramentas de trabalho

  • Desativação de notificações de e-mail e mensagens corporativas fora do horário de trabalho.
  • Não atendimento a telefonemas ou mensagens relacionadas ao trabalho fora do expediente, mesmo em casos urgentes e pontuais.
  • Redução da presença on-line em plataformas de colaboração da empresa.

5. Casos específicos

  • O vendedor experiente, que cumpre as cotas, mas deixa de buscar novos clientes ou desenvolver estratégias de vendas inovadoras.
  • O programador que finaliza as tarefas designadas, mas não se oferece para aprender novas tecnologias ou contribuir em projetos paralelos.
  • O gerente que realiza as avaliações de desempenho de forma burocrática, sem fornecer feedback construtivo para o desenvolvimento dos colaboradores.

Além dos exemplos, fique atento a sinais como:

  • Aumento do absenteísmo e do presenteísmo (estar fisicamente presente, mas sem produtividade).
  • Aumento da rotatividade de funcionários, o famoso turnover.
  • clima organizacional negativo e baixa moral entre os colaboradores.

Como identificar as causas da insatisfação

Diversos fatores alimentam a desmotivação dos colaboradores e criam um ambiente propício ao quiet quitting. Vamos entender em detalhes:

 1. Excesso de trabalho

Na era digital, a linha entre vida profissional e pessoal está cada vez mais tênue. A cultura do “sempre conectado” cobra um preço alto, com colaboradores constantemente checando e-mails, mensagens e notificações, mesmo fora do horário de trabalho. 

Essa hiperconexão gera longas jornadas de trabalho, o que rouba o tempo precioso do descanso, lazer e convívio social. A consequência? Esgotamento físico e mental, que leva ao burnout e à desmotivação.

2. Falta de reconhecimento

Sentir que o trabalho não é valorizado ou que não há reconhecimento dos esforços são golpes mortais para a motivação. Quando os colaboradores percebem que sua dedicação e talento passam despercebidos, a frustração se instala, o que leva à apatia e à desilusão. 

A falta de reconhecimento pode ter diversas origens, como pouco feedback positivo ou ausência de recompensas justas por conquistas e resultados.

3. Falta de autonomia

O micromanagement, prática em que o gestor supervisiona cada passo do colaborador, tira a autonomia e a liberdade de ação e transforma o trabalho em um ambiente sufocante. 

Sem poder tomar decisões ou se sentir dono de suas atividades, o colaborador perde o senso de propósito e a motivação para se esforçar. O cenário leva à frustração, à sensação de impotência e à crença de que seu trabalho não faz diferença.

4. Desequilíbrio entre vida profissional e pessoal

De acordo com um estudo lançado pela multinacional Randstad, do setor de recursos humanos, 94% dos trabalhadores entrevistados consideram importante ter equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.

Além disso, o mesmo estudo indicou que 61% deles afirmaram que recusariam uma oferta de emprego se percebessem que esse equilíbrio seria comprometido.

Entretanto, apesar da relevância destes dados, conciliar trabalho e vida pessoal ainda é um desafio para os profissionais contemporâneos. 

A pressão por resultados, a sobrecarga de tarefas e a cultura da conexão constante dificultam a busca por tempo livre e qualidade de vida dos colaboradores. 

Tal falta de equilíbrio não só resulta em estresse, ansiedade e esgotamento, como também afeta a saúde física e mental, as relações interpessoais e o desempenho no trabalho.

5. Falta de propósito

Sentir que o trabalho não tem significado ou que não contribui para algo importante gera apatia e falta de motivação. 

Quando o colaborador não se conecta com o propósito da empresa ou não acredita que seu trabalho faz a diferença no mundo, ele perde o entusiasmo e a vontade de se dedicar. 

O cenário, em muitos casos, leva à busca por outras atividades que tragam mais significado e realização pessoal.

Como o quiet quitting afeta uma empresa?

As consequências do quiet quitting para as empresas podem ser devastadoras e impactar diversos aspectos da organização, além de prejudicar o seu crescimento e sucesso em longo prazo. 

Vamos entender como a tendência afeta negativamente as empresas.

1. Perda de produtividade e eficiência

Quando os colaboradores se limitam a fazer o mínimo necessário, a produtividade e a eficiência da empresa caem drasticamente. 

Isso significa menor volume de trabalho realizado, prazos atrasados, metas não atingidas e, consequentemente, impactos negativos na qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

2. Aumento dos custos operacionais

A necessidade de contratar novos colaboradores para suprir a falta de engajamento dos que já estão na empresa, o investimento em treinamento e desenvolvimento para tentar reverter a situação e a perda de oportunidades de negócio devido à baixa produtividade são alguns exemplos de como o movimento aumenta os custos operacionais de uma empresa.

3. Impacto na reputação da empresa

A insatisfação dos colaboradores se torna evidente no ambiente de trabalho, além de afetar a qualidade do atendimento ao cliente, a imagem da empresa no mercado e a capacidade de atrair novos talentos.

4. Dificuldade na retenção de talentos

Quando os colaboradores se sentem desmotivados e insatisfeitos, a retenção de talentos se torna um desafio. A alta rotatividade de funcionários gera custos adicionais, perda de conhecimento institucional e dificuldade em manter equipes coesas e eficientes.

5. Ambiente de trabalho tóxico

A apatia, a falta de engajamento e a baixa produtividade podem contagiar os demais colaboradores, além de gerar um clima negativo e desmotivador que prejudica a cultura organizacional da empresa e cria um ambiente de trabalho tóxico.

6. Risco de perda de mercado

A perda de produtividade, a baixa qualidade dos produtos e serviços e a dificuldade em atrair e reter talentos podem colocar a empresa em risco de perder mercado para seus concorrentes.

Como prevenir ou reverter o quiet quitting em uma empresa

Para reverter a tendência e criar um ambiente de trabalho mais positivo e engajador, é fundamental que as empresas adotem medidas estratégicas para promover o bem-estar, a autonomia, o reconhecimento e o propósito dos colaboradores. 

Confira algumas formas de fazer isso!

1. Priorize a saúde e o bem-estar

  • Ofereça horários flexíveis: assim,os colaboradores adaptam suas jornadas de trabalho às suas necessidades e alcançam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
  • Implemente programas de bem-estar: programas que incluam atividades físicas, workshops sobre saúde mental e iniciativas que incentivem o descanso e o lazer contribuem para o bem-estar físico e mental dos colaboradores.
  • Incentive o uso de férias e folgas: é importante que os colaboradores sejam incentivados a tirar férias e folgas, para recarregarem as energias e retornarem ao trabalho mais motivados e produtivos.

2. Reconheça e recompense

  • Crie programas de reconhecimento: reconhecer e recompensar os colaboradores por seus esforços, conquistas e contribuições para a empresa aumenta a motivação e a satisfação no trabalho.
  • Ofereça recompensas justas e significativas: as recompensas devem se adequar ao nível de esforço e à importância das conquistas, bem como demonstrar o valor que a empresa atribui ao trabalho dos seus colaboradores.
  • Promova a comunicação aberta e o feedback positivo: é importante que os colaboradores recebam feedback positivo e construtivo sobre seu desempenho, com destaque para seus pontos fortes e áreas de desenvolvimento.

3. Empodere os colaboradores 

  • Dê aos colaboradores mais autonomia e responsabilidade sobre suas atividades: isso permite que se sintam donos de seu trabalho, aumente o senso de ownership e engajamento.
  • Incentive a iniciativa e a proatividade: os colaboradores devem tomar iniciativa, propor novas ideias e contribuir para o crescimento da empresa.
  • Confie no potencial dos colaboradores: confie nas habilidades e no potencial dos colaboradores, de forma que tenham liberdade para tomar decisões e resolver problemas com autonomia.

4. Construa um ambiente de trabalho positivo e acolhedor

  • Invista em cultura organizacional: defina valores e princípios que promovam o respeito, a inclusão e a colaboração entre os colaboradores.
  • Promova a comunicação aberta e transparente: a comunicação clara e honesta entre gestores e colaboradores é fundamental para construir um ambiente de confiança e respeito mútuo.
  • Crie um ambiente de trabalho inclusivo e respeitoso: todos os colaboradores devem se sentir valorizados e respeitados, independentemente de suas origens, crenças ou características pessoais.
  • Incentive a diversidade e a inclusão: criar um ambiente de trabalho diverso e inclusivo pode fortalecer o senso de comunidade e pertencimento entre os colaboradores.

5. Invista no crescimento dos colaboradores

  • Invista em treinamento e cursos: ofereça aos colaboradores oportunidades de treinamento e desenvolvimento profissional para aprimorar suas habilidades e conhecimentos;
  • Promova a mentoria e o coaching: estes processos ajudam os colaboradores a se desenvolverem profissionalmente e a alcançar seus objetivos de carreira;
  • Apoie a participação em eventos e conferências: incentive os colaboradores a participarem de eventos e conferências relacionados à sua área de atuação, para se manterem atualizados sobre as últimas tendências e tecnologias.

Agora que você já sabe o que é o quiet quitting em detalhes, suas causas e estratégias para reverter a tendência, é fundamental reconhecer suas potenciais ramificações para as empresas. 

Quedas na produtividade, aumento do absenteísmo e rotatividade de funcionários são apenas algumas das consequências adversas desse fenômeno.

No entanto, ao compreender profundamente as raízes da insatisfação no trabalho, tanto empresas quanto colaboradores colaboram com a construção de um futuro de trabalho mais positivo, engajador e produtivo para todos os envolvidos. 

Por isso, atente-se aos sinais de alerta que indicam a necessidade de promover um ambiente de trabalho mais saudável, equilibrado e motivador.

Por fim, lembre-se de que investir no bem-estar dos colaboradores e promover uma cultura organizacional positiva não apenas ajuda a reter talentos, mas também a aumentar a produtividade e a alcançar resultados mais expressivos.

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Investir no desenvolvimento dos funcionários é fundamental para manter a motivação e evitar o movimento quiet quitting nas empresas, uma vez que demonstra o comprometimento da organização com o bem-estar e o progresso de sua equipe. 

Neste sentido, a EAD Plataforma se destaca como uma solução eficaz para que os colaboradores acessem cursos de forma flexível e adaptável, o que promove uma aprendizagem contínua e alinhada às necessidades da empresa.

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Fabio Godoy