Inclusão escolar: o que é, como implantar e sua importância

Inclusão escolar: o que é e como implantar na sua escola

O assunto inclusão escolar tem ganhado cada vez mais pauta e relevância nos últimos anos. 

De acordo com dados do Ministério da Educação, o número de alunos com necessidades especiais matriculados em escolas regulares vem crescendo, enquanto o número de matrículas em escolas especiais diminui. 

Isso mostra que, oferecendo as ferramentas e atenção necessárias, os alunos e as famílias de crianças especiais preferem mantê-los no ensino regular. 

Confira mais sobre inclusão escolar, a legislação sobre o assunto, a importância da diversidade, como implantar a inclusão nas escolas e cases de sucesso acompanhando o artigo até o final! 

O que é inclusão escolar

A inclusão escolar é um movimento mundial de integração de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas. 

Todos têm o direito básico de acesso à educação, por isso é essencial garantir que toda criança possa usufruir das mesmas experiências e condições de aprendizagem dos demais alunos. 

Estudos mostram que a melhor maneira de integrar pessoas com necessidades especiais é dentro do ensino regular. 

Para isso, é preciso que os centros de ensino se adequem e ofereçam o ambiente necessário para que os alunos com necessidades especiais possam ser acolhidos. 

“Estar junto é se aglomerar com pessoas que não conhecemos. Inclusão é estar com, é interagir com o outro.” Maria Teresa Mantoan

Qual é o objetivo da inclusão escolar?

O principal objetivo da inclusão escolar é estabelecer as mesmas oportunidades e possibilidades para todos os alunos, para que todos tenham o mesmo acesso à educação. 

Isso significa garantir não só o acesso, mas a permanência desses alunos no ambiente escolar. 

Para isso, é preciso pensar em mobilidade, no caso de deficiências físicas e motoras, e na aprendizagem e habilidades, no caso de pessoas com déficits cognitivos, autismos e outras condições sociais, emocionais e psíquicas. 

Quais são as vantagens da inclusão escolar?

Promover a inclusão nas escolas não beneficia apenas os alunos com necessidades especiais. 

A educação inclusiva é positiva para todos. 

O convívio entre alunos com e sem deficiência favorece o desenvolvimento intelectual e emocional de todos, sem contar que alunos sem deficiência que passam por classes inclusivas valorizam mais a diversidade e mostram menos preconceito. 

Ampliando o acesso e garantindo qualidade de acesso para todo tipo, podemos promover ganhos na socialização e no desenvolvimento de todos. 

“O objetivo da educação inclusiva não é tornar todas as crianças iguais, e sim respeitar e valorizar as diferenças”. Andrea Ramal

Como deve ocorrer a inclusão escolar?

A inclusão escolar deve ocorrer pautada em estratégias pedagógicas focadas não só em ajudar professores e corpo docente, mas para tornar todo o ambiente mais diverso e inclusivo. 

Algumas dessas estratégias pedagógicas são: 

  1. Conhecer as necessidades de cada aluno: Ter uma equipe multidisciplinar para acompanhar e diagnosticar cada aluno portador de deficiência é fundamental para conhecer as necessidades especiais de cada um e proporcionar um trabalho efetivo que complemente o aprendizado padrão. 
  2. Promover campanhas de inclusão nas escolas: Elas são essenciais para erradicar preconceitos entre alunos sem deficiência e suas famílias. Criar ciclos de debates, palestras e visitas a instituições são algumas formas de ensiná-los sobre a realidade das pessoas com deficiência. 
  3. Fazer avaliações individuais: Os instrumentos de avaliação também precisam ser adaptados para cada tipo de deficiência ou transtorno de aprendizagem. 
  4. Invista em métodos de aprendizagem diferentes: Trazer metodologias ativas de aprendizagem, principalmente quando aliados à tecnologia, podem contribuir para as estratégias pedagógicas de inclusão escolar. A tecnologia pode romper barreiras físicas que os recursos tecnológicos podem trazer, como segurar um lápis ou virar as folhas de um livro. 

O que a lei diz sobre isso

De acordo com o artigo 208 da Constituição Brasileira, o Estado deve “garantir atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. 

Ou seja, a Constituição Brasileira propõe a obrigatoriedade do Estado sobre a educação. 

Isso significa que não cabe às instituições educativas fazer nenhum tipo de distinção, seja étnica, de raça, credo, gênero, condição social ou outras formas de descriminação. 

A lei ampara todas as pessoas que possuam algum tipo de necessidade educacional especial (NEE), como: 

  • Condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais diferenciadas;
  • Portadoras de déficits e bem dotadas;
  • Trabalhadoras ou que vivam em condição de rua;
  • Populações distantes ou nômades;
  • Minorias linguísticas, étnicas ou culturais;
  • Grupos desfavorecidos ou marginalizados. 

Está vendo como o conceito de inclusão escolar é amplo? 

A complexidade da inclusão escolar coloca os corpo docente e a sociedade para analisar todas as perspectivas e pensar em formas de superar esses desafios. 

Pode parecer muito difícil, mas continue acompanhando que mostraremos como implantar a inclusão nas escolas a seguir. 

Importância da inclusão nas escolas

Além de garantir um princípio fundamental da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz que “todo ser humano tem direito à instrução”, a inclusão escolar também tem um papel importante no desenvolvimento socioemocional e psicológico das crianças com necessidades especiais. 

Mas como falamos anteriormente, a inclusão nas escolas é vantajosa não somente para os alunos com necessidades especiais, mas também para os demais. 

A inclusão permite que todos aprendam na prática a conviver com as diferenças e entendam a importância da diversidade no convívio em sociedade. 

A escola é um dos principais espaços nos quais as crianças têm a oportunidade de lidar e construir laços com pessoas de fora das suas famílias. 

Por isso a inclusão nas escolas é uma ferramenta social tão importante e transformadora. 

“Investir em inclusão escolar é o que vai educar nossa sociedade para quebrar essa roda da exclusão e incluir as pessoas com deficiência em todos os lugares”. Andréa Werner

Como implantar a inclusão nas escolas

Agora que você já entendeu o que é inclusão escolar e a importância de ter mais diversidade nos ambientes de estudo, vamos mostrar como implantar a inclusão nas escolas na prática. 

Se aprofunde na legislação

Como já falamos anteriormente, a legislação brasileira oferece especificações, obrigações e garantias previstas em lei. 

Por isso, é essencial que escolas, equipe técnica, professores e demais envolvidos no âmbito escolar conheçam a legislação da inclusão escolar. 

Entendendo os direitos dos alunos e a obrigação da escola, fica mais fácil garantir um ambiente inclusivo e integrado para todos. 

Invista em formação dos profissionais

A legislação exclui a possibilidade de que os pais e cuidadores tenham que procurar por uma escola especializada para acolher o aluno. 

Por isso, a lei obriga que todas as escolas tenham professores preparados para acolher alunos com necessidades especiais, capazes de desenvolver atividades que considerem essas especificidades. 

Além de alinhar com as exigências previstas em lei, investir na capacitação dos profissionais é fundamental para acolher a diversidade de alunos na escola. 

E essa formação não deve ser limitada apenas aos professores, mas a todo corpo docente e outros funcionários que estarão em contato com os alunos. 

Invista nos recursos necessários

Quando falamos sobre inclusão escolar, devemos pensar além da relação entre professores e alunos. 

Além de qualificar a equipe, é necessário garantir que os alunos com necessidades especiais tenham espaços modificados, como adaptações de mobilidade em portas e banheiros, acesso como rampas, corrimão e elevadores, conforme a necessidade de cada um. 

O ideal é que a escola se adapte a diversos tipos de deficiência e necessidades, para que novos alunos se sintam acolhidos e adaptados ao ambiente. 

Use a tecnologia a seu favor

A tecnologia é uma ótima aliada no processo de adaptação e inclusão escolar. 

Recursos tecnológicos, materiais didáticos e outros artifícios podem ser usados na adaptação e na aprendizagem dos alunos com necessidades especiais. 

A transformação digital na educação pode ser revolucionária. 

Não se esqueça da integração com outros alunos

Já falamos sobre formação dos professores e adaptação do ambiente, agora é hora de falar dos alunos! 

Isso mesmo, eles são fator essencial para uma inclusão escolar bem sucedida. 

A inclusão não acontece a partir das recomendações técnicas, mas da sensibilidade humana e da colaboração de toda a sociedade. 

Por isso, crie estratégias e dinâmicas de integração para alunos, sempre reforçando conceitos de convivência, carinho, empatia e respeito entre todos os alunos. 

Cases de sucesso

Depois de entender os pilares da inclusão nas escolas, dá para ver a importância da diversidade dentro do ambiente de estudo, certo? 

Mas para reforçar ainda mais, trouxemos alguns cases de sucesso, no âmbito presencial e nos cursos à distância, para você ver na prática o poder de transformação das escolas que escolhem a inclusão. 

Educação física inclusiva

A educação física nasceu associada a uma visão homogeneizadora do ensino com busca pelo auto rendimento e pela competição. 

Isso resultou em um modelo de exclusão sistemática dos estudantes que não atingiam o desempenho esperado ou não se enquadravam no perfil físico buscado pelos educadores. 

Hoje, temos cases de sucesso de escolas que conseguiram criar uma aula de educação física inclusiva. 

Um deles é da professora Ana Paula Ruggiero, que leciona no Colégio Estadual Colemar Natal e Silva, escola pública de Goiás que tem se destacado na região em virtude de sua proposta inclusiva de educação.

Ela possibilitou que crianças surdas participassem das aulas de dança da escola através da leitura de imagens de pessoas dançando e da reprodução dessas imagens na aula, independente de haver música ou não. 

Outro exemplo é do Edivaldo Prado, coordenador do projeto “Faça de um Deficiente um Atleta”, desenvolvido em Maracanaú, no Ceará. 

Há crianças que são totalmente retraídas, incapazes de se relacionar com outras pessoas e se ver como uma pessoa com potencial, mas que, depois de praticar esporte, começam a se valorizar, se relacionar melhor com colegas, professores e com a comunidade em geral, além de ter um melhor desempenho escolar. 

Lucas Dourado, atleta campeão nos Jogos Paralímpicos na categoria de natação, é um dos jovens que teve a vida transformada pelo projeto e pelo esporte. 

Inclusão em todas as políticas públicas

Florianópolis construiu uma trajetória de protagonismo em relação à garantia de educação para crianças e adolescentes com deficiência no Brasil. 

Liderada por Rosangela Machado, a Gerência de Educação Especial desenvolveu um amplo e sólido conjunto de políticas públicas que contempla a oferta de atendimento educacional especializado (AEE), formação continuada, transporte acessível, professores de apoio, entre outros. 

As escolas municipais de Florianópolis que dispõem de salas multimeios, ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado. 

Conhecidas como “escolas polos”, esses ambientes educacionais oferecem atendimento educacional especializado aos estudantes público-alvo da educação especial, tanto da própria instituição, como também de outras unidades da rede que não possuem esse equipamento. 

Inclusão no ensino à distância

A pandemia nos mostrou que é preciso pensar em práticas de inclusão nas escolas para os ensinos à distância. 

Como já falamos neste artigo, a tecnologia é fundamental para romper as barreiras físicas dos alunos com necessidades especiais e possibilitar um aprendizado facilitado. 

Sem contar que as novas gerações fazem uso da tecnologia em quase todas as atividades diárias, principalmente nos grandes centros urbanos. 

E a educação EAD é fundamental neste processo. 

Na China, o país rapidamente lançou um pacote de soluções EAD com base no armazenamento em nuvem, que conta com transmissões em um canal de TV estatal e uma plataforma de ensino a distância. 

O conteúdo disponibilizado variava de acordo com a curva de aprendizagem dos alunos, com conteúdo transmitido pela TV para os mais novos e lições e matérias na plataforma EAD para os mais velhos. 

A Itália também foi país destaque na transição do ensino presencial para o ensino à distância durante a pandemia. 

Essa forma de escola digital conquistou os alunos através de transmissões de aulas ao vivo, chats online e troca de mensagens por e-mail. 

No início, 1 a cada 5 alunos tinham aderido ao EAD no país.

Mas o sucesso foi tanto que o país chegou a ter 9 em cada 10 alunos na rotina de estudos graças ao ensino à distância e a disposição e comprometimento dos professores em fazer o EAD acontecer. 

Quer saber mais sobre o assunto?

Confira ações EAD nas escolas que ajudam a superar desafios e integrar os alunos. 

Se quiser criar suas próprias aulas online, indicamos os textos: 

Como ser um professor EAD? 5 dicas práticas

Como implantar um curso EAD? Passo a passo

Aprenda como vender cursos online e conquiste clientes pela internet

Com essas dicas você entra no mundo do EAD com o pé direito e ajuda estudantes no Brasil inteiro (e quem sabe no mundo)!

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Fabio Godoy