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7 pontos negativos da tecnologia na educação e os segredos para minimizá-los

Com a evolução tecnológica e a crescente incorporação de recursos digitais no processo de ensino, muito se fala sobre o quão positiva pode ser a relação entre tecnologia e aprendizado. Mas você já parou para pensar nos pontos negativos da tecnologia na educação?

Embora a tecnologia permita criar um mundo novo, com mais inclusão social na educação, mais autonomia para os estudantes e mais qualidade de vida para os professores, também é preciso analisar o outro lado da moeda.

Quais os desafios enfrentados por professores e alunos ao se verem diante de um modelo digitalizado de educação? De que forma é possível contornar os pontos negativos da tecnologia na educação, permitindo que ela exerça, de fato, o papel de agente de transformação positiva de realidades?

Este é o assunto do artigo que você começa a ler agora. 

Pontos negativos da tecnologia na educação

Em entrevista para o portal Terra Educação, José Armando Valente, livre docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da instituição, traz pontos interessantes acerca do tema. 

Para ele, embora tenha um grande potencial transformador, “de forma geral, a tecnologia não está sendo devidamente explorada nas atividades educacionais”. 

Existem diversos motivos para que isso aconteça. Um deles é a baixa popularidade do uso das tecnologias no ensino convencional. Outro, a incompatibilidade entre os equipamentos disponibilizados nas escolas e as tecnologias disponíveis no mercado. 

E está longe de ser só isso. A seguir, listamos mais 7 pontos negativos da tecnologia na educação. Eles são constantemente levados em conta por aqueles que ainda resistem em adotar soluções digitalizadas para o ensino. 

1. Falta de acessibilidade

O primeiro ponto negativo da tecnologia na educação diz respeito a um dos grandes problemas do Brasil: a desigualdade. Ela é a responsável pela triste estatística que diz que, em cada 4 brasileiros, um ainda não tem acesso à internet

Pode parecer pouco, mas essa fração representa 46 milhões de cidadãos. Diante da possibilidade de estudar com a ajuda de softwares e sistemas, eles não terão escolha, a não ser permanecer à margem do processo educacional. 

2. Convivência social limitada

Segundo item da nossa lista de pontos negativos da tecnologia na educação, a falta de convivência social também precisa ser citada. Afinal, embora ofereça diversas alternativas para aproximar os atores do processo educacional (tutores EAD, alunos, convidados e especialistas), as ferramentas disponíveis não suprem de forma completa o efeito “olho no olho” proporcionado pelo convívio social real. 

Quando falamos em EAD para crianças, a coisa se complica ainda mais. O jornal O dia, em matéria sobre o tema, reforça que é na escola que “a criança passa a se vincular a outras pessoas externas à sua convivência em casa e começa a estabelecer novas relações em um ambiente com regras e rotina diferentes da que estava habituado.” 

3. Dificuldade de concentração

A internet trouxe inúmeros benefícios para a sociedade. Tornou inúmeros processos mais ágeis e dinâmicos, e multiplicou as possibilidades de acesso aos mais diversos tipos de conteúdos digitais. Entretanto, uma das consequências do chamado “boom de informação” é a dificuldade de concentração. 

De acordo com o portal DW, o tempo médio de concentração dos usuários da internet não passa de 8 segundos — menos tempo do que o peixe-vermelho, que precisa de 9 segundos para se distrair! 

O número, que é reflexo da agilidade com a qual as informações surgem e desaparecem em “feeds de notícias”, redes sociais etc, tem forte impacto quando o assunto é usar a tecnologia para ensinar. 

Se você se interessa sobre o tópico concentração e produtividade, veja o vídeo abaixo com algumas informações e dicas interessantes sobre o tema: 

4. Exercício de aptidões práticas comprometidas

Impossível falar sobre os pontos negativos da tecnologia na educação sem falar sobre o “comprometimento” da parte prática do aprendizado. 

Quando falamos em cursos online, módulos virtuais ou simulações computadorizadas voltadas para temas essencialmente práticos (como procedimentos médicos ou estéticos, por exemplo), esse é um obstáculo que costuma vir à tona. 

Como transpor a experiência prática para o ambiente tecnológico? É possível gerar o mesmo tipo de conhecimento em uma experiência real e em uma virtual? 

Logo à frente, falaremos mais sobre isso. 

5. Falta de prática no ambiente digital

O quinto item da lista de pontos negativos da tecnologia na educação também foi trazido pelo professor José Armando Valente, na entrevista ao Terra Educação trazida no início deste artigo. 

Ele pontua que o “mais complicado (do uso da tecnologia na educação) é o aspecto intelectual, é a capacidade de poder usar as tecnologias, tirar proveito. As tecnologias digitais vão do uso passivo, como clicar e abrir um tutorial, às possibilidades de se fazer intervenções interativas. Isso exige que as pessoas tenham conhecimentos para se expressar, interagir e criar”. 

Valente também complementa, reforçando que  “a questão da formação para participar da sociedade digital implica promover alterações nos processos educacionais, que no nosso caso são extremamente defasados”.

6. Atenção demasiada às notas

Outro ponto negativo da tecnologia na educação diz respeito ao perfil do aluno EAD. Embora na maioria dos casos, os alunos da educação a distância tendam a ser independentes, concentrados e dedicados, há uma porcentagem que se comporta de outra forma. 

Esse grupo de alunos não se interessa verdadeiramente pelo conteúdo e pelo processo pedagógico, focando exclusivamente nas notas e na obtenção do certificado de curso

7. Contato limitado com o tutor EAD

Por fim, o último item da lista de pontos negativos da tecnologia na educação: o contato limitado com o tutor EAD.

Enquanto na sala de aula, alunos e professores convivem diariamente, a EAD propõe uma forma diferente de interação entre estudantes e tutores. Em vez do contato físico, ferramentas de interação virtuais. Em vez do ambiente escolar, um Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, disponibilizado em uma plataforma de ensino digital. 

Como fazer dar certo, apesar dos pontos negativos da tecnologia na educação? Veja a seguir. 

Como minimizar os pontos negativos da tecnologia na educação?

Apesar dos pontos negativos da tecnologia na educação, um estudo do Pew Research Center mostra que, em um universo de 2.500 professores, 71% acreditam que o impacto da internet e das tecnologias na educação é, sobretudo, positivo

A verdade é que todos os professores, tutores e alunos podem ver a relação entre tecnologia e educação sob esta ótica. Por isso, é importante que adotem algumas medidas e utilizem as ferramentas corretas. 

A seguir, mostramos algumas delas. 

1. Usando recursos dinâmicos para transmitir conteúdo

Falta de concentração, foco exclusivo nas notas…como contornar estes pontos negativos da tecnologia na educação? Um dos segredos é criar conteúdos dinâmicos, capazes de engajar e motivar alunos EAD.

Sendo assim, explore recursos diferenciados, como webinars, simuladores, aulas online ao vivo, podcasts etc. Esta é uma boa forma de ajudar a superar os obstáculos do ensino digitalizado. 

Outra sugestão, esta para fortalecer a qualidade do ensino prático, é lançar mão de ferramentas tecnológicas de realidade virtual e realidade aumentada. O recurso, que é muito utilizado na educação corporativa, possibilita uma vivência prática no tema, ainda que de forma virtual. 

Veja como esta empresa utiliza a realidade aumentada em seus treinamentos empresariais. 

2. Incentivando o uso de ferramentas de interação EAD

Eliminar a barreira do contato limitado com o tutor EAD é um desafio. Mas ele pode ser superado com a ajuda de ferramentas e dispositivos virtuais de comunicação. 

Alguns deles estão disponíveis nas próprias plataformas e-learning, como:

Outros são ferramentas amplamente usadas fora do ambiente educacional, mas que podem (e devem!) ser absorvidas pelos tutores em nome de uma relação mais próxima com seus estudantes. Alguns exemplos são: 

  • WhatsApp;
  • redes sociais;
  • ferramentas para reuniões virtuais (como Skype);
  • ferramentas de comunicação colaborativas (como o Slack);
  • etc.  

3. Acompanhando o desempenho de cada aluno e oferecendo atendimento pedagógico individualizado quando necessário

Com a ajuda de boas plataformas EAD, é possível acompanhar o desempenho dos alunos de forma individualizada. Isso também ajuda a eliminar um dos pontos negativos da tecnologia na educação: o distanciamento entre tutores e alunos. 

Graças aos relatórios atualizados disponibilizados pelas plataformas, é possível obter diagnósticos precisos sobre o desempenho de cada estudante. Da mesma forma, as ferramentas de interação, como os fóruns de discussão, e as atividades disponibilizadas no AVA, permitem que o tutor “leia” a performance do aluno de forma crítica. 

Dessa forma, se encontra algum desvio ou oportunidade de melhoria, pode atuar de maneira individualizada, prestando assistência pedagógica às dificuldades de seus estudantes. 

4. Criando um bom planejamento de aula 

Por fim, mas não menos importante, está o plano de aula. Esta é uma valiosa ferramenta para enfrentar os pontos negativos da tecnologia na educação. Ela permite que o tutor faça um estudo prévio do cenário e projete as melhores soluções educacionais para atender às demandas do ensino. 

Agora que você já sabe como driblar os pontos negativos da tecnologia na educação, é hora de abrir a mente e mergulhar mais fundo no assunto! 

Por isso, temos algumas dicas de leitura para te ajudar a se orientar: 

Mídias e ferramentas utilizadas na EAD

Como elaborar material didático EAD;

Como as tecnologias ajudam no processo de EAD?

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Fabio Godoy